"Oi, meu nome é Emilly, mas podem me chamar de Lily e eu vou contar a história de como eu vim parar aqui, que lugar é esse? Alguns chamam de céu, mas existem muitos outros nomes.
Eu não entendo muito bem, mas me lembro de estar muito doente e sentindo muita dor, depois havia barulhos estranhos daquele monte de máquinas que me mantinham viva. Os médicos falaram que eu estava com uma doença que não é muito comum para uma menina de 12 anos, acho que o nome era falência renal, me lembro que o problema era nos rins.
Como eu morava no Canadá, meus pais puderam escolher se mantinham a minha vida, através das máquinas, ou se me deixariam vir morar aqui no céu. Aqui eu conheci Pierre, um francês bonitinho de 15 anos que me contou que foram os médicos que decidiram desligar as máquinas que o deixava vivo e que os seus pais ficaram muito tristes.
Também conheci o Théo, que era italiano e ele me disse que o seu médico não desligou as máquinas porque ele era católico igual ao Papa, sabe? O jeito que ele morreu foi diferente, seu coração parou e ele veio morar aqui no céu.
Mas eu achei estranho mesmo o que aconteceu com o Mohamed, pois enquanto a gente conversava ele achou essas histórias de ficar ligado a máquinas muito esquisitas e me disse que na sua religião isso não pode.
Esses dias chegou um brasileiro, Zeca, chegou alegre e cantando samba. Ele disse para nós que no Brasil eles não desligam as máquinas, mas quando o coração dele parou deixaram ele vir para cá.
Com tantas histórias, eu comecei a pensar se isso foi a melhor coisa para mim. Deu uma olhada lá embaixo e vi meus pais, que ainda estavam chateados, mas já não sofriam tanto, acho que eles sabiam que eu esta bem aqui."
Aline Leite
Bárbara Rezende
Thaís Gonçalves
Jonatas Alonso
Bruna Camargo
Adelmo Casadio Neto*
Alunos do segundo período do Curso de Medicina da FACISB.
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