Pesquisar este blog

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A assídua blasfêmia




Machismo
quantas mortes ainda se perpetuam
devido a ele?
Mata homens
mata mulheres
é preciso saber:
ele já matou hoje!
Problema social
direta ou indiretamente
sempre presente

O patriarcado não descansa
é preciso calar a repressão!
Assistir ao inadequado
e negligenciá-lo
não alerta a sociedade.
Ninguém é propriedade,
tampouco submissão

Prezar e majorar respeito!
Respeito às opções do outro.
Seja seu estilo de vida
sua orientação sexual
sua identidade de gênero.
E que seja com discernimento
com comprometimento.

O meio social
te persuadirá indiretamente
a acreditar que suas preferências podem ser mal vistas
que seus acessórios não são suficientes
que seus pelos precisam ser retirados
que seu corpo deve seguir o padrão imposto.
Ser livre para poder ser o que quiser
permitirá que você veja
que o outro também quer ser!

Herança capital
tal que tenta limitar:
"Azul e rosa"
"carrinhos e bonecas".
Refletir culmina em compreender:
Algo não deve ser feminizado porque foi produzido para mulheres,
nem masculinizado porque foi produzido para homens.
Escolhas devem ser respeitadas
independente do sexo e da predileção.

Desintegrar as ideias impostas pela sociedade
para melhor depreender.
Pressupostos e estereótipos:
"depressão é frescura"
"mulheres suportam melhor a dor do que homens"
"morro de câncer, mas não permito o toque"
"ela é minha"
adoecem ambos os sexos

Ser a voz daqueles que a violência calou,
de modo a reivindicar direitos
a conscientizar homens e mulheres.
E que se desintegre
a descabida violência impune
a esse mesmo machismo institucionalizado
que tanto nos circunda

Nas definições que as palavras nos impõem
nos limites da linguagem
na necessidade de comunicação: lá vem ele, de novo.
Tão arraigado que parece natural.
Parece vir das entranhas.
E sempre que assim parecer
não nos enganemos.
É mentira.
O machismo pode ser destruído.

Mudar conceitos enraizados parece difícil.
A abertura para a autocrítica
e a convivência com o conflito e a reflexão
podem ser caminhos deveras duros,
mas certamente não matam
apenas nos fazem respeitar
e sermos mais fortes.


*Ana Letícia Camargo
Gabriela Vardasca Miranda
Isabela Passacantílli Vinha

* Alunas do primeiro ano do Curso de Medicina da FACISB.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Depoimento


                                                  
                                                 




"Não sei se sou egoísta
ou se sou egocêntrico
Nem sei mais a diferença de bom e ruim,
de certo e errado,
de correto e incorreto.
Estou começando a acreditar
e a aceitar
que nunca me conheci.
E que só me conhecerei
depois que me livrar
dos paradigmas e arquétipos
impostos pela sociedade.
Por isso estou em um incessante aprendizado em desaprender,
procuro esquecer-me do modo que me ensinaram,
raspar a tinta com que me pintaram os sentidos.

Felizes os que se conhecem
e não tem vergonha nem medo
de mostrar a todos o que torna suas vidas
dignas e prazerosas de serem vividas
queria estar de acordo comigo mesmo
de corpo e alma...

Muitos os consideraram egocêntricos
serão mesmo?
Discordo.
São os futuros habitantes no mundo que almejo
no qual cada pessoa cria seus paradigmas
não existe egoísmo
existe equidade,
variedade de sentimentos,
multiplicidade de emoções,
desejos, prazeres e gostos.
Sem julgamento prévio
nem pré-conceitos
Não quero acreditar que esse mundo seja utópico
Nem quero que ele seja só meu
Não sou egoísta
se sou, mudarei
Todos irão viver nele.
Todos, sem exceção.

Vocês, membros da sociedade,
respondam-me:
sou egoísta por não sentir a necessidade de mostrar a todos
o que penso,
o que sinto,
o que gosto,
o que me faz rir,
o que me faz chorar,
o que me dá prazer,
o que realmente me faz querer viver?

Podem discordar
vocês tem todo o direito
(e muitas vezes, o dever)
Porém,
não acredito que o contrário disso seja egocentrismo
as pessoas sentem a necessidade
de julgar
de pressupor
de prognosticar
e saber dos outros.
Mas por que essa atitude?
Talvez porque cometemos erro grave
de nos comparar e auto-avaliar negativamente,
não achando que somos dignos de viver naquela sociedade
por possuir pensamentos,
emoções
desejos
que diferem do "normal"
digam-me, sou membro da sociedade ou um mero espectador?
se me perguntarem, direi - não sei.
Apenas vivo.
E o que há de mal nisso?

O homem é um ser social,
adquirindo o jeito de Ser da sociedade,
nascemos humanos,
nos tornamos seres humanos
vivendo em contato com ela,
adquirindo o modo de ver que ela possui
juntamente com seus costumes
tradições
hábitos...
a convivência nos proporciona
contato com diferentes modos de viver e ser.
Assim,
nos deparamos e aprendemos
nossos verdadeiros gostos
descobrimos o sentido de nossa vida,
aprendendo a viver.

Se me julgarem egocêntrico,
vestirei o capuz.
Sim, somos diferentes.
Graças a Deus,
Graças a Alá,
Graças a Buda.
Que graça teria se fossemos todos iguais?

Quando julgamos alguém
não somos coesos
não existe finalidade nisso
as pessoas já se cansam das banalidades da vida cotidiana
imagine pensar e sermos iguais?
Não iríamos viver.
Iríamos apenas existir.
Para viver são necessárias as diferenças...
Não sei muito bem o sentido da vida,
mas sei que elas fazem parte.

Pra que julgar se podemos viver?"


*Guilherme Martins
Sérgio Marsola
Lucas Miranda


* Alunos do primeiro ano do Curso de Medicina da FACISB