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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Saúde alternativa

            "Jesus me curou". Essa é uma das frases mais pronunciadas pela população brasileira, em geral, quando se trata de saúde. A religiosidade, a crença na espiritualidade e a consequente busca por uma medicina diferente da convencional, a chamada medicina alternativa, podem levar as pessoas, não raro, a alcançarem cura física de uma doença. Os fatores responsáveis por tal cura ultrapassa a simples melhoria psicológica promovida pelas crenças, envolvendo, principalmente, a junção desse conforto ao tratamento médico tradicional.
            Quando se pensa nas influências da religiosidade e espiritualidade no cotidiano da população, é fundamental distinguir os seus aspectos positivos e negativos. O conforto e a segurança que muitas vezes são encontrados através das crenças das pessoas, denominado coping, pode ser observado no relato de Dona Cristina sobre "A cura de Laura". As crenças da mãe e da filha em "Jesus" e a água benta favorecem psicologicamente o estado de saúde de Laura. Nesse exemplo, as crenças foram, pois, positivas.
            Em contrapartida aos aspectos positivos que a religiosidade e a espiritualidade podem trazer, existem também os fatores prejudiciais à saúde da população. Trata-se, principalmente, da rejeição de tratamentos médicos em função da radicalização da crença religiosa.
            Não cabe ao médico, entretanto, julgar como correta ou não a atitude de cada paciente de acordo com as suas crenças. Mas sim, tentar contornar a situação, tentando mostrar ao paciente o quão bem sucedida pode ser a junção das crenças religiosas ao tratamento convencional. A aliança de uma medicina alternativa, baseada, nesse caso, em águas purificadas, por exemplo à continuidade das medicações etc. tornam-se fundamentais para o alcance de um bom estado de saúde.

            Torna-se imprescindível ressaltar que independente dos lados positivos e negativos que a religiosidade e a espiritualidade trazem à vida das pessoas, não cabe ao médico julgar suas atitudes. Mas a ele pertence a responsabilidade de demonstrar, através de um tratamento humanizado ao paciente, a importância da junção das crenças pessoais do paciente ao tratamento. Através de tal junção e, concomitantemente, da aderência do paciente às recomendações médicas, a possibilidade de alcançar finalmente a cura torna-se pois, muito aumentada.

Lorena Ferrante
Morgana Lessa*

* Alunas do segundo período do Curso de Medicina - FACISB.